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  • Foto do escritoras aventuras da judite

a desconfinar nas serras de aire e dos candeeiros


Finalmente fomos desconfinar! E para isso escolhemos as tranquilas Serras de Aire e dos Candeeiros.

Consideradas difíceis para o homem, estas serras assentam num grande bloco calcário de 35 000 hectares, o qual ajudou a definir a paisagem de acordo com as necessidades que as gentes destas terras iam sentindo. E provocou a formação do seu rico património natural, recheado de algares, grutas e exemplares arqueológicos únicos da era pré-histórica, como fósseis ou pegadas de dinossauro.

E esta paisagem tranquila de serra, desenhada por muros de pedra seca, com um número infindável de locais para visitar, muitos deles de acesso livre, bem como os vários equipamentos e serviços disponíveis para pernoita de autocaravanas, como a ASA de Porto de Mós, a ASA de Mira Daire ou a ASA de S. Bento, permite-nos afirmar que não poderíamos ter escolhido melhor sítio para fazer o nosso primeiro desconfinamento.



DIA 1 | PORTO - PORTO DE MÓS - PÉ DA PEDREIRA - S. BENTO

Ainda com algumas restrições impostas, como o encerramento das atracções turísticas a partir das 13 horas, saímos cedo do Porto, no sábado de manhã, com destino a Porto de Mós, a vila de entrada do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, para termos tempo para visitar o Castelo de Porto de Mós.

Deixámos a Judite num estacionamento público gratuito perto do Tribunal de Porto de Mós e subimos a pé até ao castelo. Esta pequena caminhada permite-nos ir apreciado a arquitectura singular deste monumento histórico.

De influência gótica, o que sobressai no Castelo de Porto de Mós são as suas cúpulas com escamas de cerâmica verde, que nos remete para um ambiente de conto de fadas. No seu interior, além de conhecermos a sua história, arquitectura e características, também é possível apreciar uma exposição fotográfica sobre o estado em que este edifício se encontrava antes da primeira intervenção de restauro realizada em 1936.

Com a tarde reservada para seguirmos por algumas aldeias típicas e visitarmos algum património natural de acesso livre, passámos com calma pela ASA de Porto de Mós, para percebermos se este espaço estava aberto, dada esta fase de restrições. Queríamos ter uma alternativa caso a ASA de S. Bento, onde queríamos pernoitar, estivesse encerrada. E veio a confirmar-se que todos os equipamentos para autocaravanas, nesta região, estão todos a acessíveis.

Assim, mais descansados, seguimos viagem para uma das curiosidades mais famosas destas serras: as Pegadas dos Dinossauros, localizada em Pé da Pedreira, na freguesia de Alcanede. Até lá seguimos sempre pela EN-362 a qual nos deu a conhecer algumas das mais típicas aldeias do lado da Serra dos Candeeiros, mas também levou-nos a ler alguns nomes bastante singulares, como Serro Ventoso, Mato Velho, Mendiga, Cabeça Veada ou Pé da Pedreira. E deixámo-nos parar à beira da estrada de uma dessas aldeias para comermos o almoço que tínhamos trazido de casa, para não perdermos muito tempo.

As Pegadas de Dinossauro em Vale de Meios é uma antiga pedreira, como tantas outras existentes nesta região, onde foram descobertas várias pegadas de várias espécies de dinossauros. É interessante percorrer este local e ir descobrindo e apreciando as enormes impressões deixadas por estes gigantes. Muitas delas são impressionantes por parecer que ainda conseguimos ver as garras a rasgar o solo. Este local arqueológico está bem identificado e é de fácil acesso, embora não exista espaço próprio para estacionarmos, a não ser à beira da estrada. De acesso livre, parece igualmente estar ao abandono, correndo o risco de vandalismo ou de abusos por parte de alguns visitantes.

Quando fomos pedindo indicações sobre este local, iam-nos referindo uma das mais conhecidas atracções naturais desta região: a Praia Jurássica. Curiosos, pesquisámos rapidamente sobre o local no google, e como ficava localizado nos arredores da aldeia de S. Bento, onde se encontra a ASA que escolhemos para fazer a nossa pernoita, decidimos visitar este espaço arqueológico tão afamado.

E esta foi a única desilusão deste fim-de-semana. Este local arqueológico fica no meio do mato, nos arredores de uma pequena povoação. Depois de estacionarmos ao lado de uma vacaria, tivemos que percorrer 600 metros a pé, por um trilho muito precário, sem quaisquer indicações, a não ser através de GPS. Chegados ao local, deparamo-nos com o espaço todo vedado, mas com zonas vandalizadas que permitiram facilmente o acesso. Ainda encontrámos dois fósseis, mas os restantes (se existirem) pareceram-nos estar tapados com cimento.

Desiludimos e amuados, seguimos para a nossa pernoita para fazermos o nosso jantar, com uma paragem rápida no Miradouro da Azelha para apreciarmos as belas características destas serras.















 

PERNOITA | ASA de S. Bento

| Gratuita |


Equipamentos/ serviços para autocaravanas: água (desactivada); electricidade (desactivada); local para manutenção das águas cinza; local para manutenção das sanitas.

 

Esta simples área de serviço para manutenção de autocaravanas fica na aldeia de S. Bento. Espaço muito tranquilo, perto de algumas habitações, onde temos como companhia alguns animais que por aqui vão passando, como os rebanhos de ovelhas que regressam do pasto, ou o canto dos galos dos quintais à volta.

A ASA tem 6 lugares reservados para autocaravanas e cada estacionamento, bem delimitado, dispõe de ligação de água, electricidade e grelha para despejos das águas. Infelizmente, alguns serviços (água e electricidade) estão desactivados. A manutenção das sanitas tem um local próprio e é comum a todos os utilizadores. Nos arredores desta ASA vamos encontrar um parque de merendas, um parque de lazer e zona de churrascos.

Apesar dos serviços desactivados, a pernoita foi muito boa e tranquila, com a companhia de mais duas autocaravanas. E da nossa janela conseguimos apreciar a beleza e a serenidade destas serras estampadas no seu pôr-do-sol.



 


DIA 2 | S. BENTO - SERRA DE SANTO ANTÓNIO - MIRA DAIRE - PORTO


Depois de uma noite muito bem dormida, acordámos cedo com o som do cantar de um galo de um quintal próximo. Cedo, porque só tínhamos a manhã para visitar duas das mais bonitas grutas destas serras: a Gruta de Santo António e as Grutas de Mira Daire.

Saindo da aldeia de S. Bento, rapidamente chegamos à Gruta de Santo António, localizada na aldeia Serra de Santo António, mas pelo caminho parámos na Pizzaria Vieira para tomarmos um café e para encomendarmos umas pizzas para o nosso almoço, depois de termos ficado rendidos ao cheiro que àquela hora da manhã já saía do forno.

A Gruta de Santo António está considerada como a gruta mais bonita do mundo e não é difícil concordarmos com esta afirmação, após entrarmos no salão principal deste local, que parece estar repleto de obras-primas naturais de escultura, pelas suas imensas estalactites e estalagmites que foram sendo moldadas pelo tempo. A visita tornou-se ainda mais interessante pelo guia que nos acompanhou. Com muitas histórias e curiosidades para partilhar, é um dos maiores conhecedores desta gruta desde a sua descoberta em 1955, já que aos 9 anos de idade foi um dos primeiros a entrar no salão principal, depois de rastejar por uma estreita fenda.

É possível adquirir um bilhete combinado para se visitar esta gruta e a Gruta de Alvados, que ficam a uma distância de 1 km entre si. Mas como a manhã já ia longa, seguimos viagem para Mira Daire, a vila onde se encontram as grutas mais famosas e visitadas de Portugal.

Haverão poucos portugueses que não tenham ouvido falar ou que não tenham visitado as Grutas de Mira Daire. Consideradas as mais extensas do país, estas grutas foram classificadas como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. São também as mais turísticas, apresentando um conjunto diverso de actividades, como as típicas visitas guiadas às entranhas da Serra de Aire, para apreciar a beleza natural deste espaço, provas de vinhos, concertos e algumas exposições temporárias de fotografia.

Depois da visita às grutas, que demora sensivelmente uma hora, pegámos na Judite para voltarmos para a aldeia Serra de Santo António, onde nos esperava o nosso almoço encomendado na Pizzaria Vieira. E num pequeno recanto encontrado à beira de uma das estradas destas serras, deixamo-nos deliciar, não só com as pizzas caseiras, mas também com a brisa constante que corre nesta região.












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