Quando, para vocês, começa uma viagem? Para nós uma viagem pode começar quando nos deparamos com algum objecto que nos inspira ou nos provoca uma curiosidade imensa de descoberta. Objectos esses que podem ser uma simples imagem, um típico postal,... ou apenas um livro.
A viagem por Marrocos foi inspirada e acompanhada por dois livros incríveis, adquiridos na loja online da Wook, que mais do que guias de viagem, são acima de tudo, diários de memórias de um Marrocos, que talvez não exista mais, mas que também não desapareceu por completo. Diários, um visual outro escrito, que nos levaram à procura dessas características que ainda perduram, nos dias de hoje.
Marrocos, 1967
Alexandre Alves Costa
Álvaro Siza
Apaixonados por fotografia, cruzámo-nos há algum tempo, com um delicioso pequeno livro de memórias fotográficas (os poucos negativos que sobreviveram a esta viagem) de um grupo de 7 amigos, onde se inclui o arquitecto Álvaro Siza Vieira, que se aventuraram por terras marroquinas, em 1967, a bordo de um Fiat 850, sem pneu sobresselente, e de uma Renault 4L.
"E assim, limpos e vestidos como aqui andávamos, nos aventurámos (...) pelas cidades que aportuguesámos ou construímos, pelas capitais imperiais, pelo Atlas, pelos vales dos rios que não chegam ao mar, pelo Sahara num silêncio de areia que não foi pisada e, entre mesquitas, minaretes e ruínas de cidades clássicas, atravessamos fileiras de cavalos que sacudiam suas crinas nos alísios, entre visões poeirentas de alcáceres kibires, com a serenidade de quem revisita as terras da sua infância..."
Alexandre Alves Costa
Em Marrocos
Edith Wharton
Quando começámos a pesquisar e a planear a nossa viagem por Marrocos, percebemos que há muita informação na internet, em blogues e sites de viagens, por ser um destino tão procurado nos últimos anos. No entanto, poucos são os livros, como os típicos guias de viagem, disponíveis em português, o que nos levou a ler este clássico da literatura de viagens.
Este é um relato incrível de uma viagem realizada em plena I Guerra Mundial por uma mulher, que nos descreve as suas incontáveis aventuras e impressões por terras marroquinas.
"Para os viajantes ocidentais, a impressão mais viva no primeiro contacto com o Próximo Oriente é a surpresa de estar num país onde o elemento humano aumenta em vez de diminuir a delícia para os olhos."
Edith Wharton
Acima de tudo, desejamos que, nestes tempos difíceis que correm, estes livros possam ser bons conselheiros e meios inspiradores de futuras viagens, as quais, mesmo não sendo possíveis de realizar neste momento, terão, assim que for possível, um sabor ainda mais intenso.
