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  • Foto do escritoras aventuras da judite

a judite por terras marroquinas


Entre Outubro e Novembro de 2019. 14 dias de viagem. 4580 km percorridos. Este foi o roteiro escolhido pela Judite para nos levar a conhecer Marrocos.

Através desta experiência vamos partilhar esse roteiro e os ajustes que foram sendo feitos. Vamos explicar como é visitar e explorar Marrocos de autocaravana. E vamos identificar algumas características e contrastes marroquinos, muitos deles nem sempre agradáveis ou compreensíveis, mas que tornaram esta viagem única, provocando uma visão muito pessoal de um país tão singular.

Vamos recordar a experiência mais extraordinária de toda a viagem: passar uma noite no deserto do Sahara. E vamos tentar apreciar algumas das tradições mais autênticas deste país, como os curtumes de Fez.

Sem sobressaltos ou percalços, por paisagens e culturas extraordinárias, reconhecemos que ficou muito por ver e vivenciar. Mas lá haverá melhor motivo para nos fazer regressar?


ROTEIRO

Dia 1 | Porto - Algeciras

Dia 2 | Algeciras - Ceuta - Meknès

Dia 3 | Meknès - Rabat - Casablanca

Dia 4 | Casablanca - El-Jadida (Mazagão) - Essaouira (Mogador)

Dia 5 | Essaouira (Mogador) - Marraquexe

Dia 6 | Marraquexe

Dia 7 | Marraquexe - Ait Ben Haddou - Ouarzazate

Dia 8 | Ouarzazate - Merzouga

Dia 9 | Merzouga

Dia 10 | Merzouga - Fez

Dia 11 | Fez - Chefchaouen

Dia 12 | Chefchaouen - Arzila

Dia 13 | Arzila - Tânger - Tarifa - Elvas

Dia 14 | Elvas - Porto


DIA 1 | PORTO - ALGECIRAS

ETAPA | 930 km | 10 horas

Sabíamos que esta primeira etapa seria a mais longa e a mais exigente para a Judite, mas como não queríamos perder tempo, saímos cedo do Porto rumo a Algeciras, em Espanha, com algumas paragens pelo caminho, para comermos umas sandes, esticarmos as pernas e para lhe darmos algum descanso, apesar da Judite não se ter queixado uma única vez.

Como já chegámos bastante tarde a Algeciras e como íamos apanhar o primeiro ferry do dia seguinte, às 7h15 da manhã, foi-nos permitido pernoitar dentro do porto, na zona de embarque, posicionados na fila, com outros veículos que iriam fazer a mesma travessia.

Como as viagens de ferry para Tânger estavam esgotadas, quando reservámos, já bastante tarde, pelo site direct ferries, decidimos fazer a travessia por Ceuta. A viagem de regresso já seria por Tânger-Tarifa, e as experiências das duas fronteiras foram completamente opostas, como terão oportunidade de ler aqui.



PERNOITA | Porto de Algeciras

| Gratuito |

A pernoita, apesar de gratuita, não é muito calma, já que durante toda a noite fomos acordados, várias vezes, pela música e conversas que saíam dos veículos que iam chegando e estacionavam nas diferentes filas para aguardar pelos seus ferries.

Por outro lado, uma hora antes do embarque, depois de acordarmos, não tivemos de fazer nada, a não ser tomar o nosso pequeno-almoço e preparar os bilhetes do ferry.




DIA 2 | ALGECIRAS - CEUTA - MEKNÈS

ETAPA | 340 km | 5 horas (+ 1 hora - viagem de ferry)

Esta primeira etapa em terras marroquinas permitiu-nos perceber o que esperar daqui para a frente, tanto ao nível do trânsito e condução, tipos de estradas, como ao nível das posturas dos marroquinos perante viajantes.

A fronteira terrestre de Ceuta, do lado marroquino, é bastante desorganizada e muito agressiva. A Judite foi completamente revistada por 3 polícias diferentes e chegaram a arrancar o auto-rádio à procura de armas e de drogas. Perguntaram-nos 3 vezes se trazíamos pistolas, quiseram arrancar módulos fixos dos móveis interiores, exigiram que apagássemos o cartão de memória da câmera fotográfica, por esta estar simplesmente pousada no tablier (enquanto que outros fotografavam livremente a fronteira, através de telemóvel) e só quando perceberam que este tipo de assédio não estava a fazer o efeito pretendido, ou seja, fazer-nos pagar para nos deixarem em paz, é que começaram a mudar a postura.

No final, e para cúmulo, estes mesmos funcionários oficiais da fronteira exigiram-nos gorjeta por pensarem (achamos nós) que fizeram um excelente trabalho. Claro que ficaram sem gorjeta e ainda nos despedimos com algum vocabulário típico do norte. Uma experiência vergonhosa e deplorável, mas que nos preparou para futuras interacções e situações que viríamos a vivenciar em Marrocos. Pelo menos, não tocaram nas garrafas de vinho, nem nos enchidos de porco, que levámos para a viagem.

Depois de termos perdido quase duas horas, seguimos viagem para Meknès onde iríamos pernoitar. Mas primeiro, parámos na localidade de Moulay-Idriss, a menos de 30 km de Meknès, para visitar um dos monumentos mais impressionantes da história de Marrocos: as ruínas romanas de Volubilis.

Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, desde 1997, estas ruínas estão consideradas como as mais bem preservadas do Norte de África, mesmo tendo sido atingidas pelas réplicas do terramoto de Lisboa, em 1755. Logo à entrada, depois de termos acesso ao mapa das ruínas, encontramos o museu interpretativo de Volubilis, onde é possível perceber o impacto, a dimensão e a importância que este local teve na Antiguidade e na região.

O mau humor que sentíamos por nos terem feito atrasar, foi completamente esquecido quando nos deparámos com a luz mágica do final do dia, que entra pelas incríveis ruínas, ideal para a fotografia. E mais uma vez a Judite provou-nos a vantagem de viajar na sua companhia. Horários e roteiros flexíveis, sempre que nos deparamos com contratempos. Já não foi possível conhecer Meknès, pois chegámos bastante tarde, mas teríamos sempre o dia seguinte.







| 50 dirhams / €5,00 | estacionamento e pernoita

Num simples parque de estacionamento, às portas do centro da cidade, com vigilância 24/h, pernoitámos com segurança junto de outros companheiros autocaravanistas. Sendo uma zona de passagem, há algum barulho característico, com pessoas a conversar e alguns cães à procura de comida. Mas o cansaço era tal, que dormimos uma das melhores noites em Marrocos.


Este espaço não tem qualquer tipo de equipamentos/ serviços para autocaravanas.




DIA 3 | MEKNÈS - RABAT - CASABLANCA

ETAPA | 235 km | 2h40

Começámos o dia a visitar o que tínhamos deixado para trás no dia anterior: Meknès. Esta cidade, que já foi capital de Marrocos, tem uma grande beleza arquitectónica e tradicional. Juntamente com Rabat, Marraquexe e Fez, Meknès é uma das quatro cidades imperiais. Apesar de pequena, esta cidade tem muito para se visitar:

  • BAB MANSOUR, uma das portas mais bonitas e trabalhadas da cidade, virada para a praça principal, Praça El Hedim.

  • PRAÇA EL HEDIM, que melhor se pode apreciar a partir de um dos terraços panorâmicos, existentes ao redor da praça, mas a um custo.

  • MEDINA, o coração comercial e social da cidade.

  • MEDERSA BOU INANIA, uma madraça, escola islâmica, revestida a azulejos.

  • MUSEU DAR JAMAI, o Museu das Artes Marroquinas.

  • AL MASJID AL ADAM, a mais antiga mesquita da cidade, mas que não está aberta a não-muçulmanos.

  • ESTÁBULOS REAIS, local onde eram guardados os cavalos do sultão Moulay Ismail, que no seu auge chegou a abrigar perto de 12 mil animais.





Depois de Meknès, decidimos retomar o nosso roteiro original e seguir viagem para conhecer duas das mais importantes e conhecidas cidades marroquinas: Rabat e Casablanca. Esta viagem foi realizada através de uma das poucas auto-estradas do país, o que nos permitiu recuperar algum tempo perdido.

Rabat é outra das cidades imperiais de Marrocos, e o seu centro histórico está classificado como Património Mundial da Humanidade. É a capital administrativa e política do país. Fica localizada nas margens do Atlântico e é o azul do mar a cor que sobressai. Aqui visitámos:

  • KASBAH DOS OUDAIAS, a cidade medieval construída pelos soldados árabes Oudaias, que protegiam a cidade dos frequentes ataques dos corsários.

  • MEDINA, construída no século XVII e que serviu para abrigar refugiados da Andaluzia.

  • MAUSOLÉU MOHAMED V e TORRE HASSAN, os monumentos ex-libris da cidade, localizados no mesmo espaço, virados de frente um para o outro.







À saída de Rabat, rapidamente, nos apercebemos que teríamos de fazer um novo ajuste ao nosso roteiro original. Como em Casablanca só pretendíamos visitar a Mesquita Hassan II, o monumento mais importante da cidade, preferimos deixar esta visita para o dia seguinte e não perder o jantar no famoso Rick’s Café. Tivemos sorte de conseguir mesa sem reserva, já que é um local muito procurado pelos turistas.

Não foi aqui que foi filmado um dos filmes mais incríveis da história do cinema, Casablanca, mas, devido à arquitectura, decoração e serviços que prestam, facilmente conseguem recriar o ambiente do filme. Só faltou mesmo o Sam, com o seu piano, a cantar As Time Goes By.

O filme passa em loop numa das salas e, tal como no filme, é neste espaço que se arranja de tudo em Casablanca, desde vinho a fumar-se à mesa. É um espaço "para turista ver" e torna-se caro, mas a qualidade do serviço, a experiência e a deliciosa comida, vale pela extravagância. Comemos umas tradicionais costeletas de borrego grelhadas, acompanhadas de um bom vinho marroquino.

Aqui, tivemos uma das primeiras percepções das regras caricatas e sem sentido do povo marroquino. Não é permitido fotografar com câmera fotográfica, mas podemos fotografar, o que quisermos, com o telemóvel.


| 50 dirhams/ €5,00 | estacionamento e pernoita

Este pequeno parque de estacionamento fica localizado numa zona residencial, mesmo à frente da Mesquita Hassan II. Às 6h00 da manhã fomos despertados pelo chamamento da mesquita para a primeira oração do dia (antes do nascer do sol), mas tirando este pormenor, é um espaço bastante sossegado e seguro, com vigilância 24/h.


Este espaço não tem qualquer tipo de equipamentos/ serviços para autocaravanas.




DIA 4 | CASABLANCA - EL-JADIDA (Mazagão) - ESSAOUIRA (Mogador)

ETAPA | 360 km | 4h45

Já sabíamos que a visita à Mesquita Hassan II, em Casablanca, iria ser rápida, pois os horários e os dias reservados para as visitas guiadas, única forma para se visitar o interior da mesquita, não coincidiam com o nosso planeamento. Por isso, tal como muito outros turistas, ficamo-nos pelo seu exterior, que por si só já permite perceber a grandiosidade deste edifício.

Construída à beira do mar Atlântico, está considerada a maior mesquita de África e a terceira maior do mundo. O seu minarete tem mais de 210 metros de altura, e as suas paredes estão completamente adornadas e trabalhadas com os típicos mosaicos marroquinos. Quem já visitou refere que o seu interior consegue ser ainda mais extraordinário, por todos os seus detalhes, materiais e equipamentos.




Casablanca, uma das cidades marroquinas com o trânsito mais caótico, ensinou-nos que a melhor altura para conduzir e sair das cidades é durante a manhã, quando os marroquinos ainda não saíram de casa. Assim, tranquilamente, seguimos viagem para a etapa das antigas cidades portuguesas: Mazagão e Mogador.

A primeira paragem foi na pequena El-Jadida, a antiga cidade portuguesa de Mazagão. Caminhar pelas antigas muralhas e ruas da Cité Portugaise, leva-nos a identificar muitas características e referências históricas lusas. O local mais visitado e mais extraordinário dentro das muralhas é a famosa Cisterna Portuguesa.






Depois de Mazagão, continuámos a viagem pela costa marroquina até à antiga cidade costeira e piscatória de Mogador, agora chamada de Essaouira. É uma das cidades mais fotogénicas de Marrocos, mas também é a cidade que demonstra com mais naturalidade os muitos e grandes contrastes deste país.

Moderna e liberal, muito procurada por hippies, desde os anos 1960, depois de ter sido descoberta por Jimi Hendrix, mantém fortemente os seus ofícios tradicionais, como a pesca. A sua medina, típica da cultura marroquina, faz evidenciar a história e arquitectura portuguesas da antiga cidade de Mogador, com as suas muralhas e castelo.

Com os pontos de interesse todos concentrados na mesma zona, esta é uma cidade que se visita rapidamente a pé:

  • MEDINA, uma das mais tradicionais até agora visitadas.

  • CASTELO REAL DE MOGADOR, construído pelos portugueses em 1506.

  • MURALHAS, serviam para proteger Mogador, devido ao valor estratégico que esta cidade representava para Portugal.

  • TORRE SKALA DU PORT, à entrada do porto de pesca, é o monumento mais reconhecido de Essaouira, graças à série televisiva Game of Thrones.

  • PORTO DE PESCA, a principal atracção e a mais fotografada da cidade, não é para estômagos fracos. O lixo, as tripas de peixe, a lama e o cheiro nauseabundo, podem não permitir que se aproveite devidamente o local.











PERNOITA | Parque de estacionamento no centro de Essaouira

| 40 dirhams / €4,00 | estacionamento e pernoita


Pela primeira vez (e seria a única), tivemos algumas dificuldades em encontrar um estacionamento no centro da cidade para pernoitar. Todos os locais identificados no site park4night ou estavam cheios ou não permitiam a pernoita. Depois de duas voltas pelo centro, lá conseguimos encontrar um estacionamento, às portas da Medina de Essaouira , com vigilância 24/h.

Calmo, só tivemos a companhia das gaivotas, que não foram nada meigas durante a noite.


Este espaço não tem qualquer tipo de equipamentos/ serviços para autocaravanas.




DIAS 5 e 6 | ESSAOUIRA - MARRAQUEXE

ETAPA (1º dia) | 180 km | 2h40

Como esta seria uma etapa mais curta e rápida e como ficaríamos duas noites em Marraquexe, ainda demos um salto, logo pela manhã, ao mercado da Medina de Essaouira, que em Marrocos é chamado de souk, para abastecer a Judite de fruta, legumes e pão.

Depois de três dias pela costa atlântica, mal saímos de Essaouira, começámos rapidamente a perceber o tipo de paisagem que nos esperava no interior do país: planícies áridas com pequenas vilas com construções alaranjadas feitas de argila.

A entrada na cidade de Marraquexe não engana ninguém. Sendo a cidade marroquina mais turística e visitada, a confusão do trânsito caótico instala-se ainda mesmo nos arredores.

Antes de iniciarmos esta viagem, fomos alertados para os sentimentos extremos que Marraquexe pode provocar: ou se se adora ou se se odeia. Não detestámos a cidade e as suas características muito próprias, mas também não ficámos grandes admiradores, principalmente, quando se tenta conhecer a cidade por conta própria, sem ajuda de guias:

  • MEDINA, enorme, labiríntica e com ruas estreitas, não difere muito das outras medinas visitadas. No entanto, por ter zonas cobertas, com inúmeras motorizadas a passar constantemente, ao fim de algum tempo, torna-se difícil caminhar e respirar no seu interior.

  • PRAÇA JEMAA EL FNA, à entrada da medina, é o cartão postal de Marraquexe e até mesmo de Marrocos, principalmente, durante o pôr-do-sol. É o coração da cidade, com todo o tipo de comércio e dinâmicas. Há quem considere que é voltar atrás no tempo. Concordamos com essa descrição, mas nem sempre pela positiva. Crianças com deficiências expostas ou animais selvagens acorrentados, como macacos de gibraltar, para alguns adultos ganharem uns trocos, provocou-nos, várias vezes, a impressão de estarmos num antigo circo dos horrores.

  • MESQUITA DE KOUTOUBIA, é a mesquita principal da cidade e apresenta a arquitectura típica das mesquitas marroquinas. Apenas é possível visitar o seu exterior, já que a entrada está vedada aos não-crentes.

  • MAISON DE LA PHOTOGRAPHIE, foi uma agradável descoberta no centro da medina. Esta galeria de fotografia reúne, ao longo dos seus três andares, um conjunto de 4 mil imagens e 2 mil negativos, de 1870 a 1950. O último piso foi transformado em terraço, com uma pequena cafetaria, de onde se tem vistas panorâmicas sobre a cidade.

  • TÚMULOS SAADINOS, é o mausoléu dos membros da dinastia Saadi, que governou Marrocos durante os séculos XVI e XVII. Monumento relativamente pequeno, com algumas salas onde se encontram os cerca de 60 túmulos, rapidamente fica sobrecarregado de visitantes.

  • PALÁCIO BAHIA, do século XIX, é outro monumento muito visitado em Marraquexe. Aqui é possível observar, no mesmo espaço, os diferentes materiais e detalhes usados na construção e arquitectura marroquinas.

  • JARDIN MAJORELLE, localizado fora do centro histórico, é um oásis de aromas e de cores no meio da cidade. O jardim foi criado pelo artista plástico francês Jacques Majorelle e após a sua morte foi adquirido e restaurado pelo estilista Yves Saint-Laurent.

Apesar da extraordinária história e da exótica arquitectura, Marraquexe foi a cidade mais difícil que visitámos, devido ao extremo assédio dos comerciantes e dos locais, que nos vêem apenas como portadores de euros, pela claustrofobia que o número elevado de visitantes provoca e, acima de tudo, pela agressividade perante pessoas que carregam uma câmera fotográfica (muitas vezes desligada) pendurada ao pescoço.















PERNOITA | Parque de estacionamento privado no centro de Marraquexe

| 300 dirhams/ €30,00 | estacionamento/ pernoita: 48 horas, 2 adultos, 1 autocaravana, com electricidade incluída

Serviços/ equipamentos | electricidade, água (não potável), wc (que serve para despejar as sanitas) e local para despejar as águas sujas


Nas traseiras da Mesquita de Koutoubia, apenas a 200 metros da Praça Jemaa El Fna, este parque de estacionamento é muito procurado, tanto pelos marroquinos para estacionar os seus veículos, como por companheiros de viagem para pernoitar.

Apesar da localização tão central, é um local reservado, seguro e calmo. E facilmente proporciona momentos de convívio entre companheiros autocaravanistas. Numa das noites oferecemos vinho a uns companheiros franceses, estes partilharam as suas sobremesas marroquinas, e inda estivemos a trocar impressões sobre os nossos roteiros.




DIA 7 | MARRAQUEXE - AIT BEN HADDOU - OUARZAZATE

ETAPA | 205 km | 3h40

A estrada que nos leva de Marraquexe a Ouarzazate é uma das estradas mais panorâmicas de Marrocos. Atravessa a cadeia montanhosa do Alto Atlas, passa por oásis frondosos, revela-nos as Kashbahs, as típicas cidades fortificadas desta região, leva-nos a interiorizar as paisagens argilosas e áridas do deserto, e faz-nos percorrer, com uma enorme sensação de liberdade, esta estrada sem fim.

A primeira paragem, já quase no final da nossa etapa, foi em Ait Ben Haddou. Esta cidade fortificada, muito turística, é Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Localizada numa margem do rio Ounila, que durante o Verão se encontra seco, tem sido cenário de muitos filmes e séries, como, por exemplo, Game of Thrones, Alexandre, o Grande, Gladiador, a Bíblia, Cleópatra ou a Múmia.

Dentro da cidade fortificada, ao longo das suas ruelas, conseguimos compreender a típica arquitectura deste tipo de fortificação e apreciar o trabalho dos vários artesãos, muitos deles berberes, que aqui têm as suas lojas e oficinas.

Como estávamos a apenas 30 km de Ouarzazate e como o ambiente estava tão interessante e descontraído, deixámo-nos atrasar um pouco. Comemos num pequeno restaurante com vistas para a cidade fortificada, onde percebemos que, em Marrocos, é possível fugir às tajines e aos couscous. Experimentámos umas condimentadas sopas marroquinas e comemos umas deliciosas omeletes berberes. A visita a Ouarzazate ficaria para o dia seguinte.












| 110 dirhams/ €11,00 | 2 adultos, 1 autocaravana, com electricidade incluída

Equipamentos/ serviços | electricidade, água (não potável), wc, balneários, local para lavar loiça, zonas para despejar sanita e águas sujas.


Um simples e calmo parque de campismo localizado à saída da cidade de Ouarzazate, com todas as comodidades para autocaravanas.




DIAS 8 e 9 | OUARZAZATE - MERZOUGA

ETAPA (1º dia) | 350 km | 5h30

Considerada a "Hollywood Marroquina", a visita a Ouarzazate não estaria completa sem uma visita a um dos estúdios de cinema aqui localizados. Por isso, o dia começou bem cedo com a visita ao Studio Atlas, no centro da cidade.

Além de museu, o Studio Atlas mantém-se, ainda nos dias de hoje, como local de filmagens de conhecidos filmes e séries televisivas, como Game of Thrones, A Múmia, Gladiador, Babel, Lawrence da Arábia, Prison Break, entre outros.

Tudo isto é explicado durante a visita guiada, a única forma de se conhecer os vários cenários, alguns deles vedados por estarem a ser usados, naquele momento, para filmagens. Também temos a oportunidade de privar com verdadeiras estrelas de cinema, como cavalos, puro sangue árabe, e dromedários, muitos deles protagonistas em vários destes filmes e séries.

Claro que Ouarzazate é muito mais do que cinema, mas não tivemos a oportunidade de comprovar isso, dada a nossa ânsia de seguir para Merzouga para passar uma noite no deserto do Sahara. Assim, seguimos viagem para nos embrenhar nesta autêntica e singular cultura. Outra estrada panorâmica que nos começa a apresentar os seus verdadeiros protagonistas: os camelos e o povo berbere.

E é aqui que decidimos fazer a grande alteração ao nosso roteiro original. Como já chegámos bastante tarde a Merzouga, a aldeia mais próxima das dunas do Erg Chebbi, uma das principais e mais famosas atracções turísticas de Marrocos, decidimos roubar um dia ao nosso planeamento e saborear sem pressa esta experiência no deserto.

Com a ajuda do nosso anfitrião do Parque de Campismo Les Pyramides, local escolhido para a pernoita, enquanto bebíamos um chá de menta oferecido por este, negociámos e programámos uma noite num acampamento berbere, que seria vivenciada no dia seguinte, como descrevemos com mais pormenor nesta publicação.

Com a Judite a descansar, após quase 6 horas de viagem, deliciámo-nos com um prato tipicamente autocaravanista: salada russa com atum. Só a cerveja marroquina Casablanca é que não conseguiu acompanhar.
















PERNOITA | Parque de Campismo Les Pyramides em Merzouga

| 70 dirhams/ €7,00 | aparcamento: 48 horas, 2 adultos, 1 autocaravana, com electricidade incluída

Serviços/ equipamentos | electricidade, água (não potável), wc, balneários, zonas para despejar águas sujas e sanita, e local para lavar loiça.


Merzouga tem muitas opções de dormida e de pernoita por ser uma das mais turísticas aldeias de Marrocos, devido à proximidade às dunas do Erg Chebbi, as quais proporcionam a extraordinária experiência de passar a noite num acampamento no deserto.

A Judite ficou a pernoitar duas noites no Parque de Campismo Les Pyramides, mas só pagámos uma. A segunda noite foi passada no deserto, programada e organizada pelo nosso anfitrião, pelo valor total de €140,00. Este valor incluiu dormida numa tenda deluxe no acampamento berbere para dois adultos, refeições (jantar e pequeno-almoço), transporte em jipe 4x4 até ao acampamento, com algumas visitas turísticas pelo caminho.

A excelente localização deste parque de campismo às famosas dunas do Erg Chebbi, faz com que as suas traseiras se tornem num habitual trilho de passagem para quem segue ou regressa do deserto de camelo.




DIA 10 | MERZOUGA - FEZ

ETAPA | 471 km | 7h30

Depois da incrível experiência de passar uma noite no deserto e assistir ao nascer do sol mais extraordinário que tivemos a oportunidade de testemunhar até aos dias de hoje, apanhámos novamente boleia do nosso anfitrião, que nos foi buscar bem cedo ao acampamento berbere. Chegados ao parque de campismo foi só pegar na Judite e seguir para Fez.

Esta etapa seria a mais longa e a mais dura por terras marroquinas. Foram quase 8 horas a conduzir, com pequenas paragens para comer ou tomar um café e para dar algum mimo e descanso à Judite, mas esta voltou a surpreender-nos.

Esta é uma etapa cansativa, não só pelas longas horas de condução, mas também por serem muitos quilómetros de estrada percorridos, com uma paisagem circundante muito parecida e com aldeias e vilas muito distanciadas entre si.

Também se torna numa viagem cansativa pelo clima instável que vamos sentindo. No fim desta etapa, pela mesma estrada, conseguimos passar pelas quatro estações do ano, com ventos fortes, chuvadas, nevoeiro cerrado e calor.

E esta instabilidade não nos permitiu apreciar algumas das atracções turísticas que se encontram ao longo desta estrada, como o Vale do Ziz ou a Floresta de Cedros, onde se encontram os famosos macacos de gibraltar, estes sim em liberdade, ao contrário dos acorrentados de Marraquexe. Infelizmente, a chuva e o nevoeiro não permitiram avistar estes engraçados animais, que deveriam estar abrigados na espessa floresta.

Também é ao longo desta estrada, principalmente, nas zonas mais áridas, que nos apercebemos da verdadeira pobreza do interior do país, tão diferente dos esquemas gratuitos nas grandes cidades turísticas. Aqui parámos algumas vezes para dar garrafas de água a crianças e mulheres que pediam acenando com garrafas vazias.

Ao fim da tarde, quando chegámos a Fez, bastante cansados, só queríamos estacionar e negociar uma pernoita, o que aconteceu rapidamente às portas da medina, para podermos procurar um restaurante e fazer uma boa refeição. Finalmente conseguimos provar a Pastilla, um pastel de massa folhada, decorado com açúcar em pó e canela, com recheio de carne. Quem diria que uma fartura com paladar a frango seria tão deliciosa?








PERNOITA | Parque de estacionamento no centro de Fez

| 40 dirhams / €4,00 | estacionamento e pernoita


Este estacionamento, às portas da Medina de Fez, apesar do seu mau aspecto, proporcionou-nos uma boa pernoita.

Parque vigiado 24/h, é muito usado tanto por companheiros de viagem para pernoitar, como por residentes e comerciantes para estacionar as suas viaturas. Devido à sua proximidade ao centro da cidade, torna-se num recorrente local de passagem, até para os burros que carregam as peles curtidas para serem secadas. Por isso, há algum barulho característico, mas mais intenso durante o dia.


Este espaço não tem qualquer tipo de serviços/ equipamentos para autocaravanas.




DIA 11 | FEZ - CHEFCHAOUEN

ETAPA | 200 km | 3h15

No nosso roteiro original, tínhamos reservado duas noites em Fez, por ser uma cidade com muitos pontos de interesse, mas também por ser uma das mais confusas cidades de Marrocos, o que iria requerer mais tempo para a visita. Como já tínhamos “roubado” um dia ao nosso roteiro para passar uma noite extra no deserto, decidimos dedicar apenas um dia para conhecer Fez e aproveitar a ajuda do guia que nos procurou na Judite, aquando da nossa chegada.

Rapidamente nos apercebemos que visitar uma cidade tão turística como Fez com a companhia de um guia só traz vantagens. E levou-nos a considerar que a experiência em Marraquexe poderia ter sido muito diferente se tivéssemos sido acompanhados por um. Este leva-nos aos locais mais turísticos e também aos menos conhecidos, mas igualmente interessantes e curiosos. A experiência pode tornar-se mais barata, pois não precisamos de pagar por informações e indicações na rua, e ficamos mais protegidos do assédio dos comerciantes e dos locais.

Mas também é preciso ter atenção aos esquemas praticados por estes mesmos guias. É muito comum perguntarem se queremos conhecer e visitar algumas cooperativas de ofícios tradicionais. Ao fim de duas experiências rapidamente percebemos que estes locais não têm nada de extraordinário, são meros espaços comerciais onde nos levam a comprar os produtos aqui expostos, onde os guias recebem a sua comissão pelas compras que poderemos vir a fazer. Não somos obrigados a comprar, nem somos obrigados a seguir as indicações do guia. Basta dizer “não”!

Fez foi uma das cidade que mais gostámos de visitar. É a cidade imperial mais antiga e há quem diga que foi aqui que nasceu Marrocos. A nossa visita à cidade ficou reservada aos pontos de interesse contidos na Medina de Fez, a maior e mais antiga do país, com três medinas distintas no seu interior, com 10.000 ruelas estreitas e labirínticas.

Para se ter noção da sua grandiosidade, basta perceber que é a maior e mais antiga medina islâmica do mundo ainda habitada. Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, desde 1980.

Tal como qualquer medina em Marrocos, a confusão é a característica mais evidente deste espaço, devido ao barulho instalado pelos comerciantes e trabalhadores dos vários ofícios tradicionais, mas também pelo número elevado de visitantes, que diariamente caminham por estas ruelas com os seus guias. Apesar deste ambiente caótico, visita-se melhor que a Medina de Marraquexe, por ser menos poluída, já que as motorizadas estão proibidas de circular no seu interior.

E é a percorrer estes becos e ruelas que temos a noção da riqueza patrimonial da Medina de Fez. É no seu interior que encontramos um dos ofícios mais antigos do mundo: os curtumes. Que nesta publicação tentaremos explicar como a visita à cidade de Fez não está completa sem esta experiência.

Novamente, percebemos que, mesmo em Fez, uma cidade tão turística, os edifícios e monumentos religiosos estão vedados aos não-muçulmanos. De portas abertas, é a única maneira de se poder conhecer as dinâmicas e os protagonistas destes locais:

  • MESQUITA KAIROUYIENE

  • AL-KAIRAWIIN, a universidade mais antiga do mundo ainda em funcionamento. Fundada por uma mulher, Fátima, filha de um dos comerciantes da cidade, em 859 d. C., apenas recentemente permitiu o acesso a mulheres estudantes. Mais uma das contradições caricatas que encontramos em Marrocos.

  • MAUSOLÉU MOULAY IDRISS

Mas há outros monumentos e atracções interessantes que podem ser visitadas, incluindo o seu interior, como:

  • MEDERSA BU INANIA, local onde residem os estudantes das escolas islâmicas. É o equivalente às residenciais universitárias ou aos seminários católicos.

  • MUSEU NEJJARINE, dedicado aos ofícios ligados à madeira e carpintaria, muito tradicionais em Fez. Era uma antiga hospedaria, onde os comerciantes pernoitavam quando vinham à cidade para negociar e vender os seus produtos.

Depois de termos passado a manhã toda a caminhar e a visitar a Medina de Fez, fizemos um almoço rápido e seguimos para a cidade dos Smurfs. A estrada que nos leva de Fez a Chefchaouen é uma das mais bonitas, mas também a mais degradada que encontrámos em todo o país.

Também foi nesta etapa que tivemos, pela primeira vez, a experiência arrepiante de conduzir durante a noite. A condução caótica e sem regras dos marroquinos mantém-se, mas torna-se mais perigosa com os máximos ligados e as ultrapassagens irresponsáveis, num percurso de montanha, sem grande visibilidade. Quando aparcámos no parque de campismo de Chefchaouen, suspirámos finalmente de alívio.











| 110 dirhams / €11,00 | 2 adultos, 1 autocaravana, com electricidade incluída)

Serviços/ equipamentos | electricidade, água (não potável), wc, balneários, local para lavar loiça e zonas para despejar sanita e águas sujas.


Este parque de campismo fica numa encosta das montanhas que cercam a cidade de Chefchaouen. Mantém a arquitectura e a cor azul típicas da cidade e tem todas as comodidades para autocaravanas. Por não haver muitas respostas de pernoita na região, é um espaço bastante procurado pelos companheiros de viagem.

Como ainda fica bastante afastado do centro da cidade, de manhã cedo, e como íamos seguir viagem, levámos a Judite até ao centro, onde a deixámos estacionada e fomos visitar a colorida Chefchaouen.





DIA 12 | CHEFCHAOUEN - ARZILA

ETAPA | 135 km | 2h30

A etapa de hoje levou-nos a visitar duas das mais características e coloridas cidades marroquinas: Chefchaouen e Arzila. E a identificar o que as une e o que as diferencia.

  • Ambas as cidades possuem as medinas mais limpas e mais bem conservadas que visitámos em Marrocos.

  • A cor é a característica mais evidente nestas duas cidades. Chefchaouen caracteriza-se pela sua constante cor azul, que para uns tem um significado religioso, já que para a comunidade judaica, que aqui procurou refúgio durante a Inquisição espanhola, o azul era o símbolo do poder de Deus. Outros consideram que apenas serve para afugentar os mosquitos. Arzila é um quadro a céu aberto, com as suas paredes brancas carregadas de extraordinários painéis de arte de rua, que surpreendem a cada esquina, e que todos os anos são alterados durante o Festival Cultural de Arzila, que aqui decorre durante os meses de Julho e Agosto.

  • Estas cidades tradicionais e tipicamente marroquinas têm fortes influências de povos com culturas e religiões muito diferentes, diversidade essa que pode ser observada ao longo das suas ruas. Chefchaouen, no século XV, foi um famoso refúgio de judeus fugidos da Inquisição espanhola, e, ainda nos dias de hoje, é possível perceber como diferentes culturas coexistem tranquilamente neste espaço, como a judaica, a berbere e a cristã. As muralhas e a torre de menagem às portas da Medina de Arzila levam-nos a procurar e a interiorizar as marcas portuguesas aqui deixadas desde o século XV, e que se encontram ainda tão presentes nos dias de hoje.

  • Muito fotogénicas, estas duas cidades são caracterizadas pelas suas paisagens envolventes. Chefchaouen é cercada pelas belas e imponentes montanhas sagradas do Rif, enquanto que Arzila é banhada pelo extraordinário mar azul do Atlântico e pela cor dourada das suas praias.





















| 110 dirhams/ €11,00 | 2 adultos, 1 autocaravana, com electricidade incluída)

Serviços/ equipamentos | electricidade, água (não potável), wc, balneários, local para lavar loiça e zonas para despejar sanita e águas sujas.


Muito perto da Medina de Arzila, este parque de campismo tem todos os equipamentos e serviços para autocaravanas, menos água quente nos balneários. Na verdade, durante 12 dias por terras marroquinas, tirando na Judite e no acampamento do deserto, não conseguimos tomar banho com água quente em nenhum parque de campismo em Marrocos.

Pequeno e muito calmo, além da companhia dos vários companheiros autocaravanistas, também fomos brindados pela presença dos animais que residem neste espaço, como gatos com as suas crias brincalhonas e pintainhos atrelados à sua mãe galinha.

O ambiente tranquilo reflecte-se também na forma pacífica como estes diferentes animais interagem.




DIA 13 | ARZILA - TÂNGER - TARIFA - ELVAS

ETAPA | 493 km | 5h40 (+ 1 hora - viagem de ferry)

Última etapa por terras marroquinas. Saímos relativamente cedo de Arzila rumo a Tânger, onde tínhamos ferry marcado para as 15h00. Estacionámos no centro desta cidade para fazermos horas e para gastarmos o último dinheiro marroquino que ainda tínhamos.

Por isso, foi nesta cidade que decidimos despedir-nos de Marrocos a experimentar pela primeira vez, em 12 dias de viagem, couscous.

Cidade de passagem para quem vem da Europa, Tânger foi das cidades mais agressivas que tivemos a oportunidade de visitar. Pela primeira vez, tentaram cobrar-nos duas vezes o estacionamento e um comerciante veio atrás de nós a pedir satisfações por termos comprado um íman na barraca ao lado.

O que ajudou a acalmar os nervos foi perceber que a fronteira do porto de Tânger é muito mais organizada e correcta que a de Ceuta. Aqui, após mostrarmos o bilhete de embarque, somos levados para uma fila de viaturas, que irão passar pelo raio-x. Fora da autocaravana, ficamos à espera deste procedimento, e só no caso de dúvidas, tal como nos aeroportos, é que as viaturas são revistadas, mas nada é arrancado, nem tentam forçar um suborno.

Depois de uma hora de travessia de ferry desembarcámos em Espanha, e em território europeu parecia que já não sabíamos conduzir, por nos depararmos finalmente com o cumprimento das regras universais de trânsito.

A viagem até Elvas, onde queríamos pernoitar, foi longa, por isso, já de noite, parámos na última estação de serviço, ainda do lado de Badajoz, mas já a antecipar um certo sotaque português, onde comemos uma boa carne de vaca estufada.







PERNOITA | Parque de estacionamento no centro de Elvas

| Gratuito |


Zona calma e sossegada, no centro, perto do Castelo de Elvas.


Este espaço não tem qualquer tipo de serviços/ equipamentos para autocaravanas.




DIA 14 | ELVAS - PORTO

ETAPA | 365 km | 5h30

Acordámos cedo, num sábado de manhã, no centro de Elvas, depois de uma noite calma e bem dormida. Com o pequeno-almoço tomado, fomos beber um café à portuguesa, num tasco tipicamente português, tal era a saudade.

A viagem de regresso ao Porto, fez-se com uma paragem em Aveiro, na casa dos pais, onde nos esperava um delicioso cozido à portuguesa, com bastantes enchidos e carne de porco, acompanhado com pão alentejano que trouxemos de Elvas.

Chegámos a casa cansados mas com uma enorme sensação de realização, e já com inúmeras ideias para futuros destinos a partilhar com a corajosa e fiel Judite.



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